Ving Tsun (Wing Chun) Experience em Brasília - DF
Nos dias 17 a 19 de junho de 2016 Grão-Mestre Leo Imamura esteve em Brasília para ministrar o seminário de Titulação do Ving Tsun (Wing Chun) Experience dos níveis 02 e 03.
Esse valioso instrumento do Programa Moy Yat Ving Tsun de Inteligencia Marcial tem como objetivo preparar de modo apropriado os futuros descendentes do Patriarca Moy Yat para o acesso ao Sistema Ving Tsun (Wing Chun).
O seu idealizador ( Patriarca Moy Yat), vislumbrou a necessidade de preparar o homem moderno para essa arte clássica Chinesa conhecida como Ving Tsun (Wing Chun).
Grão-Mestre Leo Imamura
Ving Tsun (Wing Chun) é um sistema de Kung Fu. Atribui-se à Fundadora Yim Ving Tsun
a sua integralização em seis domínios - Siu Nim Tau, Cham Kiu, Biu Ji, Mui Fa
Jong, Luk Dim Bun Gwan e Baat Jaam Do - representados por listagens de
dispositivos corporais de combate simbólico.
O emprego de dispositivos corporais para a constituição das listagens de um
sistema, visando o desenvolvimento do Kung Fu, parece natural se for
considerado que a experiência corporal é a mais próxima, a mais íntima, a mais
direta e aquela que se pode menos duvidar para frustrar a atividade dicotômica
do pensamento, que petrifica a fluidez de uma tendência e impede que se perceba
os sinais ínfimos da transformação que está por vir.
Por sua vez, desde os tempos remotos, os chineses valorizam a simbologia
do combate como uma experiência de premência de morte que potencializa a
capacidade de dois polos opostos se complementarem.
Concebidos a partir de uma conduta feminina, Chi Jit, os dispositivos
corporais de combate simbólico, chamados de Jiu Sik, possibilitam desenvolver
uma capacidade de adaptação que transforma o adversário no próprio potencial
a ser explorado em um conflito.
A determinação de seis elementos, em vez de limitativo, nesse contexto,
pode ter um significado de algarismo extremo, que vai até o extremo da
mudança. Desde os tempos mais remotos, os símbolos foram associados a
números. Ao associar os seis domínios do Sistema Ving Tsun (Wing Chun) com os hexagramas
do Yi Ging, pode-se retomar a antiga ideia de associar um hexagrama a um
sistema.
O ordenamento existente entre os seis domínios do Sistema Ving Tsun, além
de apontar a evolução de sua complexidade relacional, indica também a distinção
de quatro modalidades – um conjunto de homogêneos, composto pelos três
primeiros, cujos nomes não explicitam a modalidade a que pertencem – o kuen Faat -, a não ser por ausência de elementos externos; e um conjunto de
heterogêneos, cujos nomes contêm referência explícita à modalidade em que se
incluem, quais sejam: Jong Faat, Gwan Faat e Do Faat.
A relação da estrutura hexagramática e a arquitetura de uma situação faz-se
a partir do momento que dois trigramas são identificados e assim dois centros,
ou dois meios, são percebidos. É, por variação entre eles, que a “mudança” pode
se produzir. Assim, contrariamente à fixação a que levaria qualquer
monopolização devida a um centro único, a lógica de toda situação é a de uma
regulação que, variando de um polo a outro, como aqui entre os dois centros do
hexagrama, permite que o desdobramento vá até o fim do caminho tomado.
Essa duplicidade trilógica, promovida pelo hexagrama, enseja três fases,
cujo conjunto é conhecido por “Sau, Poh, Lei”. Sau pode significar aceitar,
manter, mas o Patriarca Moy Yat (9GVT) foi enfático: Sau, neste caso, quer dizer
obedecer. Poh é romper em pedaços, para que possa ser investigado. Lei que quer
dizer separar. Essas fases que potencializarão o Ving Tsun (Wing Chun) como um sistema de
desenvolvimento de Kung Fu.
A função de um sistema de Kung Fu é estabelecer, em cada domínio, uma
tipologia das disposições particulares que tem sido reconhecidas como as mais
apropriadas para o desenvolvimento da excelência em uma determinada
manifestação artística e cuja a experiência tem sido provida de mestre a discípulo,
de geração a geração, como um legado familiar.